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quinta-feira, março 20, 2003  escrito por ecesar | 05:24 |

Depois do anúncio do N-Cage pela Nokia, vem a notícia de que o B'ngo, um outro híbrido de telefone celular/videogame esta sendo desenvolvido, desta vez pela britânica TTPCom. Mais um produto natimorto. O portátil da Nintendo exerce um monopolio absoluto e indiscutível, com suporte de praticamente todas as softwarehouses, e uma base instalada muito grande nestes mais de 10 anos de GameBoy. Muitos aparelhos tecnologicamente superiores já cairam, como o GameGear da Sega, o Lynx da Atari, o NeoGeo Pocket da SNK, o WonderSwan da Bandai, entre outros. Acredito que lançamentos como o N-Cage e o B'ngo não deveriam receber discussões em sites voltados a videogames, uma vez que permanecerão limitados ao pequeno nicho de jogos feitos para telefones celulares - que já existe. Independente se o design do aparelho se parece ou não com um console portátil.

Ultimamente tenho estado bastante interessado em PDAs, e utilizarei boa parte deste post para dissertar sobre o assunto. Os PDAs (Personal Digital Assistants), também chamados de palmtops ou handhelds, são pequenos computadores de mão que se propõem à função de organizadores pessoais. Suas funções básicas incluem agenda de contatos e compromissos, planejamento diário, calculadora, relógio e editor de texto. Todavia, além de pequenos blocos de notas monocromáticos, o grande diferencial dos PDAs residia na troca de dados com os PCs e na instalação de pequenos softwares específicos, como conversores de medidas, guias e até livros eletrônicos. Atualmente, muitos deles possuem funções multimídia, exibindo filmes, fotos e tocando músicas em MP3, alguns até com câmera digital ou modem embutidos. O que diferencia os palmtops dos handhelds é que estes são dotados de miniteclados, enquanto que os primeiros valem-se de tecnologia touch screen ou reconhecimento de escrita para a entrada de dados. Este guia oferece uma introdução ao mundo dos PDAs, em uma linguagem simples, e explicando como funcionam.

Os primeiros PDAs que tenho notícia foram os Pilots, lançados pela 3Com em 1996. A linha de PDAs da 3Com domina, com folga, o mercado nos dias de hoje, agora sob a marca específica: Palm. No momento, os aparelhos da Palm disponíveis no mercado são muitos, e voltados a tipos específicos de usuários, de homens de negócios a estudantes, como mostra esta tabela comparativa. Ciente da progressiva complexidade dos palmtops, e do consequente aumento de custo dos mesmos, a Palm recentemente lançou o Zire, um aparelho de baixo custo e baixa performance - que muito se assemelha aos primeiros Pilots - direcionado aos iniciantes na área. Exceto o Zire, todos os Palms possuem de 8 a 16 MB de memória e tela com iluminação própria, e a grande maioria dos modelos utiliza cartões removíveis de memória como mídia de armazenamento.

Todavia, nem só de Palm vivem os handhelds. A Hewlett-Packard/Compaq possuem o iPaq e o Jornada, a Casio possui o Cassiopeia, a Sony possui o Clié, a NEC possui o MobilePro e a Toshiba possui o Pocket PC. Além destas, há muitas outras empresas menores produzindo PDAs. Daí surge o maior problema, que os diferenciam dos PCs: falta de padronização e incompatibilidade. Muitos usam sistemas operacionais diferentes.

Os sistemas operacionais usados por PDAs são bem mais simples que os dos PCs - geralmente têm poucas instruções e usam menos memória. Por exemplo, o PalmOS ocupa menos de 100KB, o que é menos de 1% do tamanho do Win98 ou do MacOS. Os dois sistemas operacionais mais comuns são o PalmOS (3Com) e o PocketPC (Microsoft), este último outrora chamado de WindowsCE. O PalmOS usa menos memória e roda mais rápido, além de ser considerado mais intuitivo pela maioria dos usuários. O PocketPC possui amplo suporte a displays coloridos, gráficos, softwares miniaturizados do Windows (Word, Excel), e outros dispositivos multimídia (players internos de som e vídeo). Todavia, o PocketPC requer muito mais memória e hardware, é mais lento, e os usuários o acham mais complicado. Existem mais de 13.000 softwares criados para o PalmOS e cerca de 1.600 para o PocketPC, além de que o PalmOS possui uma base instalada de usuários bem maior (cerca de 70% do total) e a vantagem de retrocompatibilidade para aplicativos escritos para versões mais antigas do OS, atualmente na versão 5.0.

O PocketPC padece de sua própria complexidade. Criado pela Microsoft com o nome de WindowsCE, tinha a proposta de conquistar os usuários por oferecer um ambiente de trabalho semelhante ao que eles já estavam acostumados em seus desktops com Windows. Todavia, enquanto o PalmOS era otimizado para o hardware produzido pela própria 3Com, o WindowsCE não possuía um hardware específico, sendo comercializado para fazer funcionar diferentes equipamentos. Acredite, até mesmo o DreamCast usava uma versão do WindowsCE. O software da Microsoft era pesado, lento, complexo, e simplesmente devorava muitos recursos do hardware, fazendo com que os PDAs equipados com este OS tivessem de ser mais poderosos e mais caros. O ponto positivo é que ficavam muito mais bonitos graficamente, e bem mais parecidos com um PC. Posteriormente, o WindowsCE foi reformulado e teve o nome modificado para PocketPC e, há pouco tempo, recebeu nova reformulação e a denominação de PocketPC 2002. A parte ruim é que os softwares escritos para o WCE e PPC não necessariamnete funcionam no PPC 2002. Todas estas dificuldades tem afastado os usuários corporativos e os desenvolvedores, de modo que os grandes consumidores dos palmtops que usam o PocketPC 2002 são os usuários comuns, atraídos pela indiscutível beleza gráfica e pelo ambiente similar ao Windows. Como exemplos de aparelhos, temos o iPaq e o PocketPC.

Independente do sistema operacional utilizado em seu PDA, é muito fácil encontrar bons softwares disponíveis para download. Um dos repositórios mais antigos é a TUCOWS, onde são oferecidos programas em versão shareware e freeware classificados por categorias com notas de um a cinco quanto à sua qualidade. Por serem pequenos e exigirem um tempo de desenvolvimento bem menor, o número de softwares criados por programadores independentes é grande. Estes são quase sempre feitos visando cumprir funcões específicas em seus ambientes de trabalho e posteriormente distribuídos gratuitamente para a comunidade. Mesmo os programas comerciais são licenciados, em sua grande maioria, por menos de 20 dólares, valor bem inferior aos similares de PC.

No exercício da Medicina, os PDAs encontraram um mercado bastante propício a aceitação. Com a possibilidade de armazenar livros-texto de referência, tabelas de índices clínicos, pequenos algoritmos diagnósticos, bulários e ainda manter registro da evolução de cada paciente em um único lugar, pequeno e discreto, os palmtops rapidamente ganharam status de objeto de desejo, em particular entre os médicos residentes e estudantes, que tradicionalmente experimentam maiores dificuldades nas rotinas hospitalares. O número de softwares e livros eletrônicos dedicados à área médica já é bastante significativo, e não é difícil encontrar sites especializados em disponibilizar este material. Listo abaixo alguns dos maiores repositórios, que incluem programas feitos por diferentes desenvolvedores:



Mesmo quem não possui um Palm pode experimentar a sensação de ter um, e testar seus pequenos softwares. Através de um projeto independente, um grupo de programadores liderado por Greg Hewgill desenvolveu o 'Copilot', um emulador de Palm Pilot que rodava em PCs. O Copilot era perfeito para desenvolvedores, que poderiam testar e corrigir suas criações de maneira bem mais fácil e segura no próprio PC. Na época muito perseguido pela 3Com, que vislumbrava uma violação de seus direitos, hoje o Copilot é um projeto open source e possui diversas ramificações feitas por programadores independentes. A própria 3Com utilizou o núcleo do Copilot para fazer o seu 'PalmOS Emulator', ou simplesmente POSE. Distribuído livremente no site oficial da empresa, o POSE é orientado a desenvolvedores de software, mas simples o suficiente para ser aproveitado por qualquer usuário doméstico. Através de skins e do ROM da versão específica do PalmOS, é possível ter a sensação nítida de se estar operando um palmtop - com a exceção da portatibilidade. O POSE e seus skins podem ser baixados no site oficial do Palm, um bom tutorial sobre o seu uso pode ser encontrado aqui, e alguns dos ROMs dos principais OSs podem ser baixados aqui. Veja aqui uma foto do POSE emulando um m100 em ambiente grafico do Linux.

    


Instale o programa, carregue o ROM da versão desejada do PalmOS, aplique o skin correspondente ao aparelho, e aproveite para testar alguns dos softwares proprios. Em Psiquiatria, recomendo experimentar os programas criados pela Medical Piloteer, como o Psych Dx e o Psych Rx. Agora imagine tudo isso acontecendo na palma de sua mão, de frente a um leito da enfermaria, em um dia comum. Cedo ou tarde, você vai querer comprar um. :)