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sábado, abril 07, 2007  escrito por ecesar | 19:56 |







Estou encerrando as atividades neste blog, para dedicar-me a outros projetos.

Pretendo deixar o site no ar enquanto o servidor permitir. Dentre os quase duzentos e cinquenta posts, alguma informação ou tutorial pode ser útil a quem procura.

Agradeço a todos os leitores e colaboradores, por estes quase cinco anos de excelentes experiências.

 

domingo, março 18, 2007  escrito por ecesar | 14:24 |



Lendo a EGM gringa deste mês, edição 214, deparei-me com duas matérias interessantes. A primeira é uma entrevista com Peter Moore, um seguimento à polêmica e famosa abordagem publicada nesta mesma revista há um ano. Esta entrevista não tem o mesmo impacto da primeira - na verdade, as perguntas até parecem mais macias. O fato do entrevistador dar o braço a torcer para várias previsões feitas por Moore no ano passado, que pareciam esdrúxulas mas se mostraram concretas com o tempo, ajudou nesta impressão. Deve ser traduzida e publicada na versão nacional da EGM no próximo mês, então todos terão fácil acesso.

O que não deve ser publicado por aqui e que eu trago em anexo ao final deste post é a matéria que aborda como é a cultura de videogames ao redor do mundo. Para o deleite dos leitores gringos, países obscuros como Singapura, Latívia, Tailândia e Iraque são abordados em seus costumes gamísticos. E adivinhe quem abre a lista: o Brasil. O texto começa assim: "Uma pesquisa entre os americanos mostra que a maioria não sabe distinguir entre Brasil e FIFA em um mapa. Mas espere... FIFA não é um país (...)". Outras palavras-chave do texto incluem futebol, pirataria, Winning Eleven, impostos, pirataria e mais futebol. Pena que esqueceram do Carnaval.

E no The 1UP Show desta semana, na cobertura da Game Developers Conference (GDC), foi mostrado um pavilhão dedicado a desenvolvedores independentes. Podia-se ver jogos simples porém bem feitos, desenvolvidos por uma única pessoa e sem qualquer orçamento. Praticamente todos rodavam de PCs, a plataforma universal de desenvolvimento, até ser encontrado um programador que diz ter feito um jogo para o Nintendo DS. Diz ser um puzzle que mistura elementos de 'Space Invaders' com 'Tetris', e que o criou sem acesso ao kit de desenvolvimento oficial e sem a aprovação da Nintendo, mas espera que a empresa aprove e aproveite o seu trabalho. Quando lhe é solicitado exibir o game, o homem saca um DS Lite de seu bolso, abre, liga, e o grande logotipo permanece nas telas por alguns segundos: R4DS. Um flashcard na GDC 2007 permitindo o desenvolvimento de bons jogos e documentado pelo The 1UP Show ? Parece bom demais para ser verdade.

A imagem que ilustra o post foi encontrada no blog Sound Test, e a imagem abaixo contém a matéria escaneada da revista EGM. Enjoy.



 

terça-feira, março 13, 2007  escrito por ecesar | 02:20 |



Great success, indeed !!!

Após uma longa tomada de decisão, uma inédita aventura no misterioso mundo das compras online internacionais, a excruciante espera de quarenta dias e quarenta noites por alguma notícia e intensas emoções na Receita Federal, o M3 Simply é nosso. E ninguém tasca!

Passei as últimas quatro horas jogando 'Super Mario 64 DS' e 'Elite Beat Agents'. Conectei aos servidores da Nintendo para partidas online de 'Mario Kart DS', com desconhecidos. Baixei várias ROMs para encher o cartão de memória e esvaziar meu tempo livre esta semana. Tenho até um friendcode agora!

Sim, amigos, agora o céu é o limite. E a bateria também.

 

domingo, março 11, 2007  escrito por ecesar | 12:57 |

Da Game Developers Conference 2007, dois fatos me marcaram. O primeiro é que o usuários de PC terão de pagar 49 dolares anuais à Microsoft para jogar online a partir deste ano. A segunda é que o serviço online da Sony para o PS3 vai requerer muita (mas muita mesmo) largura de banda de internet residencial.

A rede Live, presente desde o primeiro Xbox para jogos online, ganhará uma versão para PC, no Windows Vista. A Microsoft anunciou que o serviço será pago, e seguirá exatamente o mesmo modelo do Xbox 360 Live. Qualquer usuário do Vista poderá criar uma conta gratuita, Silver, para acessar os serviços básicos. Já a assinatura Gold, que dará acesso, entre outras coisas, a jogos online, custará US$ 49,99 por ano, US$ 19,99 para três meses ou US$ 7,99 para um mês. Quem já assina o serviço no Xbox 360 terá automaticamente acesso ao plano Gold no Windows Vista. O Live trará os mesmos recursos de conquistas, rankings, lista de amigos e downloads presentes no Xbox 360.
Primeiro, a Microsoft iniciou seu plano de conversão da mais antiga e aberta plataforma de jogos, a de PC, em Games For Windows, com vários padrões a serem seguidos. Em seguida, o Windows Vista com DirectX 10 ratificam esta filosofia. A Live é extendida do XBox 360 ao Windows Vista (PC) e Windows Mobile (celulares e PDAs), permitindo que pessoas em diferentes plataformas se comuniquem. Tudo parece lógico. Até que a MS decide cobrar dinheiro dos jogadores de PC para o que eles sempre tiveram de graça.

Se você comprou 'Unreal Tournament 2003' e disputou incontáveis confrontos online com amigos e desconhecidos, prepare-se para a nova era. Ao comprar o futuro 'Unreal Tournament 3', é possível que além do preço do jogo lhe seja cobrado mensalidade ou anuidade da Live. A maioria dos grandes jogos de PC são online, já que a plataforma favorece muito este tipo de recurso. Mas apenas alguns poucos MMORPGs cobram mensalidades de seus jogadores. Jogos de tiro em primeira pessoa, estratégia, esporte e vários RPGs oferecem experiencias online sem custo adicional desde a popularização da internet, e as produtoras não parecem estar tendo qualquer dificuldade quanto a isto. Como a MS pretende convencer estes milhões de jogadores que a partir de agora terão de pagar a ela para fazer o mesmo ?

Obviamente, haverão vantagens. Achievements, salas bem organizadas, possibilidade de disputar o mesmo jogo contra usuários de XB360. Ainda não entendo a lógica por trás de uma conta Silver em um PC, mas tudo bem. E, claro, apenas os jogos de grande porte deverão estar aderidos à Live do Windows Vista inicialmente - os desenvolvedores menores permanecerão fazendo seus jogos para pequenos servidores privados. Mas a impressão que dá é que a independência de uma plataforma aberta anda seriamente ameaçada.

O segundo ponto refere-se à conferência de Phil Harissson (disponível na gamespot.com e gamevideos.com), entitulada 'Game 3.0' em uma clara alusão ao novo console da empresa. O executivo inicia com uma imagem mostrando consoles que ele chama de 1.0, do Atari 2600 ao PS1, onde a experiência de jogo era limitada ao conteúdo da mídia, disco ou cartucho. Chama de 2.0 os consoles da geração passada (DC, PS2, GC, XB, e ainda inclui o NDS), descrevendo que a partir daí começa a haver uma experiencia diferente com partidas online entre jogadores. O estágio 3.0 (XB360, Wii, PS3, PC e PSP) ocorre quando há conteúdo criado pelos jogadores e disseminado via internet, abrindo mais possibilidades além do conteúdo da mídia. O estranho é: o que o PSP está fazendo no 3.0 enquanto o DS está no 2.0 ? A experiência online do PSP, até o presente momento, é bastante limitada e idêntica à oferecida pelo PS2. Como as duas plataformas atuais da Sony são o PS3 e o PSP, é de se imaginar que a empresa não queira dar ao seu portátil uma ar de obsolescência. Mas que forçou a barra, forçou.

Todavia, o ponto interessante da palestra foi o anúncio do recurso 'Home' no PS3. Pode ser descrito como um ambiente virtual comunitário, onde seu avatar pode caminhar livremente e interagir com outras pessoas também conectadas. Haverão ambientes privados customizáveis pelo usuário, com itens adicionais fornecidos pelos jogos. Uma sala de troféus fará a alegria dos mais exibidos e seus achievements. E os ambientes públicos serão bombardeados por banners dinâmicos, vídeos em alta definição rodando em telões virtuais e minigames, baixados da internet para o PS3. Não é a experiência de imersão online que eu esperava - na verdade, está com cara de um 'Second Life' plastificado. Mas o grande ponto é: quem tem conexão suficiente para isso ? A Sony mostra na tela um usuário conversando com outro via voz em uma praça, enquanto diversas outras pessoas caminham, dançam, dialogam e se mostram vivas sob grandes telões exibindo vídeos HD. Tudo em streaming.

E aqui deixo a minha crítica conclusão: toda esta quantidade massiva de dados circulando não é capaz de dar a satisfação de abrir a dashboard no meio de um jogo e convidar um amigo para uma partida online. O resto é resto.

 

domingo, fevereiro 25, 2007  escrito por ecesar | 17:28 |



Acima, o disco de 'Paper Mario: The Thousand-Year Door' para GameCube. Aluguei ontem, após muito adiar este momento. Não por desinteresse, mas pela quantidade de jogos que já tenho para o PS2 e PSP que esperam na fila para serem jogados. Resolvi dar uma pausa nos dois, afinal o velho cubo também merece um fluxo de elétrons de vez em quando. Além disso, há jogos de qualidade que não podem passar esta geração em branco: 'Beyond Good And Evil', 'MGS: Twin Snakes', 'Eternal Darkness', 'Pikmin', etc.

Previamente, andei jogando bastante PSP. Vamos aos mini-reviews:

Daxter - Muito provavelmente o melhor jogo já lançado para o portátil até o presente momento. Os queritos técnicos parecem levar o hardware ao limite, e facilmente rivaliza os demais jogos da série no PS2. A jogabilidade é extremamente refinada e precisa, e a câmera funciona surpreendentemente bem. Bem humorado, gostoso de jogar e extenso o suficiente, obrigatório para quem gosta de jogos de plataforma em 3D. Nota: 5/5.

Metal Gear Solid: Portable Ops - Uma aventura de console grande apresentada no portátil da Sony. Narra os eventos posteriores a MGS3, preenchendo muitas lacunas na impressionante história de Big Boss - de herói nacional a líder de Outer Heaven. A qualidade do roteiro e a excelência técnica na mecânica de jogo, tradicionais na franquia, fazem destaque a este título. Os gráficos são excelentes, a dublagem é primorosa, as cutscenes em estilo graphic novel são atraentes e os elementos de estratégia e gerenciamento de equipes são bem-vindos. Pena que o sistema de câmera fixa não foi adotado aqui. Nota: 5/5.

Ghost Rider - Mais um game baseado em filme, de resultados previsíveis. O visual é bonito e os golpes e animações do protagonista com sua corrente e arpão lembram os vistos em 'God Of War' - mas as semelhanças acabam por aí. As fases são repetitivas e entediantes, interpolando raras perseguições em motocicleta a um maçante beat'em up. A história: inimigos aparecem do nada em uma pequena arena, derrote-os e seja transportado ao novo estágio. Nota-se que houve preocupação com a parte gráfica, mas todo o restante do desenvolvimento foi claramente negligenciado. Nota: 1/5.

Lumines II - O exageradamente aclamado puzzle de Tetsuya Mizuguchi volta em edição expandida: mais músicas, mais avatares, mais skins, mais modos de jogo. Todavia, a essência é a mesma, e quem jogou o primeiro game tem a desagradável impressão de um 'pacote de expansão' - é tudo igual, só que com mais perfumaria. Um adicional interessante é a inclusão de videoclipes ao fundo, ainda que em baixa definição e quase impossíveis de acompanhar quando se está quebrando a cabeça no primeiro plano. O repertório abre espaço do eletrônico conceitual para canções pop de grupos da moda - fútil, ainda que agrade por alguns momentos. Pouca evolução, nenhuma revolução. Nota: 3/5.

Rocky Balboa - Este jogo saiu exclusivamente para o PSP, o que é bastante curioso. Aproveitando o lançamento do filme, o jogo traz uma compilação fiel de toda a história do famoso boxeador em suas seis aparições no cinema. A atenção aos detalhes é o ponto alto do jogo: cada personagem, cada arena, cada fase na vida do campeão é retratada com grande fidelidade. As emocionantes cenas extraídas de cada um dos filmes deixa o jogador no clima adequado antes de cada luta. A jogabilidade é um pouco travada, talvez mais culpa da modalidade esportiva que do jogo em si, mas cumpre bem o seu papel. A combinação de movimentos corporais (disco analógico), diferentes tipos de soco esquerdo (quadrado, xis) e direito (triângulo, círculo) e respiração (uma barra na tela) permite estratégias interessantes durante as lutas. Nota: 4/5.

X-Men Legends II: Rise of Apocalypse - Um dungeon crawler no melhor estilo Diablo, porém com superpoderes mutantes ajudando na destruição. Monte um quarteto entre heróis e vilões famosos, escolha um membro para controlar e reze para que a CPU cuide bem dos outros três personagens. A visão por cima elimina as inconveniências de câmera de um portátil com apenas um analógico. O mata-mata repetitivo costuma ser o ponto negativo nesta categoria de jogo, porém a possibilidade de alternar entre personagens com diferentes tipos de ataque ajuda a manter o pique até o final. Pelo reduzido tamanho dos personagens na reduzida tela do portátil, seus olhos vão gritar após algumas horas de jogo. Não joguei o primeiro Legends para comparar, mas este jogo cumpre o que promete ao oferecer uma diversão honesta. Nota: 3/5.

Também andei jogando outros títulos de PSP obscuros ou de menor importância, a maioria por tempo insuficiente para se elaborar um review. É difícil se prender a um jogo ruim por muito tempo quando se sabe que há bons títulos esperando na fila.

Agora com licença que vou tentar encontrar a tal porta dos mil anos ! :)

 

sábado, fevereiro 24, 2007  escrito por ecesar | 21:51 |



Estive um bom tempo em silêncio, mas depois desta notícia senti-me na obrigação de escrever. Ontem a Sony Computer Entertainment Europe (SCEE) anunciou que o PlayStation 3 europeu, com lançamento previsto para o próximo mês, não terá o Emotion Engine + Graphics Synthesizer em seu hardware. Isso significa que a retrocompatibilidade nativa com o PS2 está sendo removida, e a emulação será o novo modelo a ser tentado.

Algumas notas: (1) A Sony sempre afirmou convictamente seu orgulho em ter uma "família playstation" com retrocompatibilidade total, e criticava o modelo de emulação adotado pela Microsoft no 360. (2) O que conhecemos da experiência de updates para melhorar a retrocompatibilidade por emulação é que, depois de um ano, novos investimentos nesta área são nulos. Vide o que acontece hoje com o 360. (3) Esta supressão de hardware não foi acompanhado por mudança no preço de venda do console no dia do lançamento. Ou seja, neste exato momento, o consumidor é o único grande prejudicado. (4) Os europeus, além de penalizados pelo atraso de quatro meses no lançamento "mundial" do PS3, ainda recebem mais esta. Lamentável e revoltante. (5) Muito provavelmente, e apesar da Sony não se pronunciar sobre o assunto, esta mudança no hardware será extendida às outras regiões do globo a curto prazo.

Já era previsto que, em futuras revisões de hardware, o EE+GS fosse removido do console em favor de uma solução em software, como atesta este antigo texto da IGN. Afinal, a empresa é famosa por múltiplas revisões de hardware ao longo da vida útil do console, sempre em busca de redução do custo de produção. O que não se esperava é que esta perda ocorresse apenas quatro meses depois do lançamento do aparelho, quando a biblioteca de jogos do PS3 é absolutamente ridícula em quantidade e qualidade, e a extensa qualidade de títulos padrão-ouro do PS2 parece salvar a pátria nos próximos meses. 'God Of War 2' para PS2 chega no mesmo mês que o malfadado PS3 europeu.

Mais grave ainda, a credibilidade da Sony Computer Entertainment ante seus fiéis clientes cai vertiginosamente a cada movimento. Anúncio de preço maior que as expectativas, lançamento mundial frustrado e com menos de 30% dos aparelhos planejados, linha inicial de jogos de baixa qualidade, serviço online muito aquém do esperado, e agora corte precoce no hardware - uma sequencia de eventos nada animadora. Tudo isso se faz em contraste com as declarações públicas de seus gerentes. Vamos a uma retrospectiva:

Na coletiva de imprensa da última E3:
"...the PS3 will feature backwards compatibility with PS and PS2 games from day one. I'm emphasizing this because, from what I hear, there are some platforms that haven't been able to completely do this. It's costly in terms of hardware, but we'd rather [invest] firmly on compatibility from the beginning, rather than to have issues later on."
Ken Kutaragi - Maio 2006
Sobre a retrocompatibilidade:
"Backwards compatibility, as you know from PlayStation One and PlayStation 2, is a core value of what we believe we should offer. And access to the library of content people have created, bought for themselves, and accumulated over the years is necessary to create a format. PlayStation is a format meaning that it transcends many devices -- PSOne, PS2, and now PS3."
Phil Harrison - Maio 2006
Sobre a retrocompatibilidade via emulação no XB360:
"I don't believe that was backwards compatibility."
Phil Harrison - Maio 2006

A imagem no início deste post mostra a placa-mãe do PS3 com o chip EE+GS à esquerda, ameaçado de extinção. Comprem os seus consoles enquanto é tempo, pois os criticados 600 dólares estão prestes a valer ainda menos.