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domingo, junho 12, 2005  escrito por ecesar | 11:23 |

Ando preocupado com o meu GameCube, afinal ele não é ligado há quase seis meses. Bons jogos há, como 'Resident Evil 4' e 'Paper Mario 2'. O que não há é a disposição para se deslocar de minha casa até a locadora de games, na ida e na volta, e assumir a preocupação do prazo para jogar. Quando há tempo livre, acaba sendo bem mais cômodo simplesmente ligar o PS2 e valer-se de algum título inédito ou mal explorado em minha biblioteca de trinta e tantos jogos alternativos. Nem preciso ter muito trabalho: é ligar o console e escolher em uma lista de jogos na tela (via HDLoader). Alguns jogos comprados há 02 anos, como 'Kingdom Hearts' e 'Jak II' ainda esperam para serem usados. Jogo duas, três horas despreocupadamente, salvo e desligo o console. Quando sobrar tempo um outro dia, sabe-se là quando, é só repetir o procedimento. Com tanta praticidade e comodismo, o hábito de pegar o carro e ir à locadora de Rodolfo perdeu a razão. E, sem prazos para terminar e devolver um jogo, o costume de jogar ficou submisso ao meu tempo livre, e não o contrário.

Refletindo com cautela, vejo que este novo comportamento passou a acontecer após a instalação do HD no PlayStation 2. Antes dele, mesmo tendo os dois consoles, o uso era mais equilibrado devido ao receio de usar discos piratas no aparelho da Sony. Deste modo jogos multiplataforma e de menor expressão, como 'Dead to Rights' ou 'Spiderman 2', eram preferencialmente locados e jogados no GameCube. O PS2 ficava reservado aos jogos exclusivos - e isso quando eram encontrados em mídias prensadas, confiáveis e de boa qualidade. Com o disco rígido e o HDLoader, a situação foi completamente invertida. Uso discos prensados e gravados, jogos completos e ripados, comprados em DVD ou gravados em casa em CD - não importa o tipo. Após a instalação no HD, o precioso hardware funciona indiferente a tudo isso. E a sensação de dar boot no console, no HDLoader e no game sem sequer acionar a unidade óptica é de um prazer e tranqüilidade ímpares.

É difícil admitir, mas o fato é que tenho me tornado cada vez mais um casual gamer, envolto em trabalho e em responsabilidades diárias da vida adulta, e que liga o console apenas quando sobra tempo. Isso quando pode se dar ao luxo de gastar o tempo que sobra com este tipo de atividade - em vez de ler, ver um filme, ir ao teatro, ou namorar. E quando o faço, ainda fico com uma sensação de culpa por deixar de lado a chance de melhorar culturalmente, manter minimamente uma vida social ou investir no meu relacionamento. Atualmente gasto doze horas diárias fora de casa, das 06h30 às 18h30, a trabalho - tempo é o meu bem mais precioso. Somando a isto a complexidade crescente dos jogos, que exigem dedicação superior a 20 horas para o término, fica fácil entender porque é mais acessível ler sobre os jogos que efetivamente jogá-los. E assim tenho sido: uma pessoa com os conhecimentos de um jogador hardcore, mas com a vivência prática de um casual gamer.

Os fatos do GameCube e do HDLoader funcionaram como ponto de partida para a interpretação de um novo estilo de vida que anda acontecendo comigo. E imagino que estas mudanças sejam compartilhadas com outros jogadores de minha geração, cada um à sua forma. O futuro talvez esteja reservado aos jogos curtos, simplificados, e mais voltados à diversão imediatista que aos elementos gráficos e narrativos bem elaborados. Este é o futuro dos casual gamers, que talvez sejamos em breve todos nós. E quem sabe esteja aí a vitória final de uma tal ex-gigante dos videogames.

Adendo extra: hoje é Dia dos Namorados, e agradeço a chance de ter alguém especial para compartilhar este momento. Obrigado por todos estes anos de motivação, compreensão e carinho. Te amo, Alice. :)