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![]() Faltam 12 dias para o lançamento norte-americano do XBox 360, o primeiro console da nova geração. Este momento, que ocorre a cada cinco ou seis anos, é recebido com especial entusiasmo por toda a comunidade de jogadores ao redor do mundo. Faz parte de um ciclo natural, de uma indústria alimentada por aparelhos de vida limitada, que entra em polvorosa a cada "nascimento" e acompanha com interesse todo o processo de maturidade até a "morte". Enquanto o PS2 encontra-se em indiscutível estado de maturidade, o mesmo não parece ser observado com o GC e o XB. O PlayStation2, do alto de seus cinco anos de vida, provou ser um herói da resistência - pelo menos em softwares. Enfrentou e derrotou concorrentes de mesma geração, surgidos antes (DC) e depois (XB, GC), e ainda arrisca um ano de fôlego até a chegada de seu sucessor. Os jogos lançados este ano provam o quanto seu hardware obsoleto pode surpreender quando artisticamente bem utilizado. Títulos como 'Metal Gear Solid 3', 'Shadow Of The Colossus' e 'Resident Evil 4' parecem mover até as mais obscuras engrenagens da Emotion Engine a serviço da emoção visual. Ademais, em uma geração marcada pelo conservadorismo, foi a plataforma doméstica que mais publicou jogos inovativos: 'Rez', 'Mister Mosquito', 'Katamary Damacy' e outros. O GameCube surgiu quase um ano após o PS2, e trouxe um hardware mais poderoso. Divergia categoricamente do conceito sério e hi-tech vigente na época, e trouxe um console que era amigável, descomplicado e agradável ao manuseio - da alça atrás do console ao mini-disco quase sem loadings. Todavia, a promessa de uma era de glória, diferente do Nintendo 64, pareceu ter perdido o fôlego com o passar dos anos. As softwarehouses com franquias exclusivas ao aparelho amargaram prejuízos e debandaram às outras plataformas (vide 'Killer 7' e 'Resident Evil 4'). Títulos planejados como multiplataforma deixaram de aparecer no console da Nintendo. E o console quadrado vêm terminando a sua vida útil sustentado por jogos first e second party em sua maioria, um triste e decrépito fim para aquele que foi uma grande promessa. Seu estado atual não é de evolução, mas de involução à época de seu lançamento. O XBox, por sua vez, pode ser considerado um sucesso. Surgido pouco após o GC e sem tradição ou nome no mercado, valeu-se de características bem norte-americanas para chegar ao topo: marketing agressivo, ênfase na superioridade tecnológica e gráfica, predomínio de jogos de esporte e estímulo à competitividade online. Baseou sua estratégia em elementos de sucesso nos PCs, e deu certo. Conseguiu desenvolver uma forma lucrativa e segura de combater a pirataria, ao controlar online de modo centralizado todos os seus consoles e jogos - e fazendo os usuários pagarem felizes por isto. De fato, a LIVE foi o grande feito da Microsoft nesta geração, e a semente de seu sucesso na próxima. Todavia, o XB tornou-se o console de menor vida útil dentre os contemporâneos, sendo o último a aparecer e o primeiro a sair de cena, e deixando um gostinho amargo de abandono prematuro da plataforma - algo que os investidores da SEGA conhecem muito bem. Foi talvez a plataforma que menos evoluiu quanto a aproveitamento de hardware - e muitos acreditam que haveria ainda mais recursos além de 'Ninja Gaiden' e 'Halo 2' aguardando programadores experientes. Com a plataforma desde já em estado de abandono, nada saberemos. Esta foi uma geração morna. A Sony colheu os frutos de uma semente de sucesso. A Nintendo prometeu e nadou, mas lamentavelmente morreu na praia - a mesma da qual partiu. A Microsoft despede-se desta geração como quem saiu da estaca zero visando os 100%, mas chegou aos 50% com mais holofotes e fogos de artifício que o verdadeiro vencedor. Que venham as cenas do próximo capítulo.
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